8 de maio de 2011

27 de janeiro de 2011

Acabei de descobrir

Esta Senhora.

Perfeita!

23 de novembro de 2010

To infinity and beyond (NOT ANYMORE)

Tenho medo de andar de avião, confesso.  Por mais estudos  e estatísticas que se  façam a dizer  que é o transporte mais seguro do mundo, não deixo de sentir um friozinho na barriga mal ponho os pés dentro daquele cubículo. Pôr um bicho daqueles a 11 mil pés de altitude tem que se lhe diga e, apesar das probabilidades de acidente serem ridiculamente baixas, elas existem. Mesmo na “TAP, membro da Star Alliance” – como se as estrelinhas a mais me servissem de consolo.  
Lá em cima, passava o dia todo, se fosse preciso. O problema são as descolagens e as aterragens. Aquela sensação na barriga  ao deixar de sentir os pés é horrível. Depois dou por mim a olhar para os motores, a ver se algum deles por acaso desatou em chamas.  Até chegar lá acima e ficar direitinho, é um aperto no coração. Depois, o único incómodo são aquelas pessoas que mal ouvem o apitinho de desapertar o cinto, desatam aos passeios no corredor, tal e qual numa promenade. Dou por mim a pensar o que será de tão urgente para andarem de um lado para outro naquele espaço de 30 metros quadrados.
À minha propensão natural para ter medo de tudo e mais alguma coisa, juntaram-se algumas más experiências, e também o facto de ser obrigada a aterrar naquele que acontece ser um dos aeroportos mais perigosos da Europa. Ou estes dois juntos, que é o mais frequente. Daí que cada Natal, Páscoa, Carnaval, verão ou aniversário na Madeira, seja celebrado como se  fosse o último, não vá o diabo tecê-las.
Apesar de sofrer muito nas duas horas de viagem que passo naquele tubo de alumínio, fios eléctricos e gasóleo, mantenho a minha aflição só para mim. Às vezes com muito suor e alguns suspiros, mas não passa disso. Não consigo manter o sorriso das assistentes de bordo, mas também não desato em rezas e em conversas sobre azares passados. Não gosto de alarmar outras pessoas. Mas infelizmente, o resto dos 90% dos passageiros daquele avião com medo de voar não acham o mesmo.  Acham  que chamar a assistente de bordo sempre que ouvem um barulhinho é a coisa certa a fazer. Como se se de facto houvesse um problema, ela lhes fosse dizer. Ou então saem-se com comentários na aterragem como: “já estamos tão baixinhos  e o aeroporto ainda é lá ao fundo.. olha ali as casinhas tão perto!”. Isto não é saudável para quem vai ali a sofrer em silêncio. Meus caros, se têm medo de voar e não conseguem estar calados, peçam dois ou três copos de vinho tinto (como já vi acontecer) e isso passa num instante.
                O medo dos outros alimenta o meu medo. De tal maneira que quando o avião está prestes a aterrar, penso sempre que vai falhar a pista. Depois de estar no chão, penso que não vai travar a tempo. E depois de estar em casa, sonho que vou cair na próxima viagem. Aquele bocadinho de metal, apesar de ser uma extraórdinária obra de engenharia, tira-me anos de vida. Gostaria de agradecer à aeronáutica por nestes três anos de viagens e sustos constantes, me ter destruído o sonho de viajar pelo mundo inteiro, enquanto jornalista conceituada.



Crónica para AJ