23 de março de 2010

Hora de ponta

Ando praticamente todos os dias de autocarro, desde os 7 anos. Gostava de dizer que é por ser amiga do ambiente mas, na verdade, é porque não tenho mesmo alternativa. Andar de autocarro durante a tarde não tem mal nenhum. Mas não me obriguem é a andar em autocarros em hora de ponta. O que acontece é que sou mesmo obrigada a apanhar o 600-Maia, em pleno final de tarde, para ir para casa. E que mal tem um autocarro no final da tarde? Tem todos os males.

Primeiro, o autocarro das 19h02 nunca é o autocarro das 19h02 mas o autocarro das 18h36 que vem atraso e sobrelotado, seguido de outros dois autocarros vazios. E eu pergunto-me: Porque é que o estúpido do motorista ainda pára para deixar entrar pessoas num autocarro sobrelotado, quando sabe que vêm outros atrás?

Segundo, em hora de ponta há dois tipos de passageiros: aqueles que vão sentados até que a porta se abra na paragem onde vão sair, e depois atropelam todas as outras pessoas à saída; e os que se levantam duas paragens antes, vão para perto da porta e perguntam: «vai sair?»

Terceiro, eu viajo em hora de ponta porque tem de ser, portanto, irrita-me quem viaja de autocarro em hora de ponta só por que lhe apetece. É impressionante como as pessoas reformadas, que têm o dia TODO para passear, resolvem voltar para casa entre as 13h e as 14h OU entre as 18h e as 20h. É que outra hora não serve, tem de ser mesmo na hora em que as pessoas normais voltam para casa depois de um dia de trabalho ou aulas.

Quarto, (e este é que me revolta mesmo) quem é a mãe que educa um filho para, num lugar público, como é um autocarro, pôr a tocar a Meet Me Halfway, MAIS DO QUE UMA VEZ!, no volume máximo, para que toda a gente ouça? Não percebo, juro que não percebo. Headphones? não?

Quinto, em hora de ponta, há quase sempre um Mercedes ou um Audi a prender a passagem do autocarro. E também há, quase sempre, um passageiro engraçadinho, que pede ao motorista para sair do autocarro, ou para, juntamente com outros cinco passageiros, tentar levantar a dianteira do carro e afastá-lo, ou para escarrar no dono do Audi/Mercedes. Já vi qualquer uma destas situações acontecer.


Tirando isto, andar de autocarro até pode ser uma experiência pouco dolorosa.

14 de março de 2010